quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A gente se vê por lá?

         Rafael Puetter teve o vídeo censurado para menores de 18 anos no You Tube. A aplicação da maior classificação restritiva possível se deveu à sátira a cenas de novela que escondem os beijos entre pessoas do mesmo sexo, ainda que tais pessoas existam como personagens. Esse ano a discussão esteve mais aguda pelo maior “povoamento por metro quadrado” de gays nos enredos de folhetins; como uma cota.
         Há muito tempo que existe e nenhum corte se impôs sobre a troça e rotulagem que fazem de homossexuais. Se a novela lança o produto da moda, o bordão, também lança o olhar da moda. A gente se vê no “por aqui” da Globo que é a tevê.
         Como a sociedade se vê gay?
         O núcleo de humor, malemolente, sem vida interessante para protagonizar e, portanto, oferece suporte para quebra das partes sérias e profundas.
         Ensaia-se uma discussão maior como na novela Insensato Coração. Nos bastidores, soubemos do embate travado entre os escritores da novela e a emissora, que pediu trégua, panos quentes e menos peso na mão. No SBT Tiago Santiago também recebeu seu não.
         Nas emissoras acusaram a má recepção da audiência para “estas cenas”. Do Google, Felix Ximenes disse que a classificação pode ser substituída por menção ao “choque” que as imagens podem causar.
         A coreografia de penetração no novo clipe da Lady Gaga está aí, arrasando. Nunca se viu nas últimas décadas um capítulo de novela sem beijo entre os de sexo diferente. Se sim, rara excessão ou infantil.
         As novelas fabricam seus vilões, seus assassinatos, seus heróis, seus modelos e muito mais a sexualidade heterossexual, que é a metade cheia do copo. Para os gays, a metade vazia. Quando muito, há gotas de concessão, só para aliviar a crítica de eventuais sedentos.
         Alguém se arrisca a responder como nos vemos gays na tevê?

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