segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama Boom Laden

"Esta noite, posso informar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da Al-Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes (...) Depois de troca de tiros, eles mataram Osama Bin Laden e tomaram seu corpo sob custódia (...) a justiça foi feita."
Presidente dos EUA, Barack Obama

“Na medida em que a Al-Qaeda e Osama Bin Laden estiveram e continuam por trás de estratégias políticas que privilegiam o terrorismo, nós só podemos nos solidarizar com as vítimas desses atos e com aqueles que buscam justiça.”
Secretária de Estado americana, Hillary Clinton

"Isso é um marco na luta contra o terrorismo, mas a batalha contra a Al-Qaeda continua e não termina com a morte de Bin Laden"
Ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota

Se justiça “foi feita” mas o ato não estanca a “guerra ao terror”, é de se pensar no futuro que vaticina as imperfeições desse pretérito. Nos bastidores, o efeito prático da morte de Osama é a ressurreição de Obama para o eleitorado norte-americano.
Dom Januário Torgal Ferreira, das Forças Armadas de Portugal, em preferência à prisão do líder terrorista em vez da morte, declarou defender “a abolição do mal pelos meios mais humanos e mais humanizadores”. Mas o bispo observou ter sido melhor sua morte que ir para o inferno de Guantánamo.
O presídio da base militar americana em Cuba – consta do pacote de promessas do, à ocasião, candidato à presidência Obama – deveria ter sido desativado. Não foi, e conforme documentos vazados pelo WikiLeaks a organizações de notícias no fim de abril, 172 pessoas permanecem presas, classificadas em maioria como de alta periculosidade. Para analistas, a prisão tem sido prolongada ao máximo. Tuberculose, gota, hepatite e depressão são doenças apresentadas por alguns dos prisioneiros, mas não há registro dos métodos de interrogatório, “incluindo a privação do sono, prisão em posições de stress e exposição prolongada ao frio” (New York Times).
Decifrado o discursista, quem é Obama senão responsável pelo assassinato do responsável pelo assassinato?
Posiciono-me contra toda frente terrorista. Desta àquela.
Há os que discordam e há os que festejam na Times Square mais uma morte; coisa que eu, particularmente, só faria ante a resolução do problema de derramamento de sangue pelas tensões geopolíticas.

Um comentário:

  1. Eternizado por Hollywood, ainda persiste no imaginário das pessoas esse modelo de trama com herói e bandido, cujo desfecho consiste na ascensão do herói em decorrência da derrota do vilão. E, de fato, muito sangue ainda será derramado enquanto prevalecer a noção simplista de que os problemas devem ser resolvidos pelo aniquilamento; seja de uma pessoa, de uma ideia, de um país ou de uma cultura.

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